Youtuber é denunciado após incentivar crianças a ‘adorar satanás’
Um vídeo que circula nas redes sociais mostra o youtuber Henry Walnut utilizando filtro que simula a personagem Elsa, do desenho animado Frozen, da Walt Disney. Seria um conteúdo infantil, não fosse a mensagem que o autor traz. Entre outras orientações, o homem sugere que as crianças “adorem satanás”.
O vídeo, feito por meio do aplicativo TikTok e compartilhado no Instagram pelo criador de conteúdos de São Paulo, está sendo considerado criminoso. Com linguagem infantil, o autor do vídeo leva poucos segundos para passar a mensagem. “Oi, crianças! Sou eu, a Elsa. Hoje vou ensinar a vocês a fazerem uma arte muito bonita na casa de vocês. Vamos aprender?”, diz o homem.
“Para isso, vamos precisar de canetinha e molho de tomate. Com a canetinha, vocês vão desenhar várias estrelas como essas (pentagramas que simbolizam a marca da besta) nas paredes da casa de vocês. Vocês puderam perceber que a pontinha tá virada pra baixo? E, com o molho de tomate, vocês vão contornar o desenho. Se alguém perguntar por que vocês fizeram isso, vão responder: ‘pela glória de Satã, é claro!’”, diz.
DENÚNCIA AO MPF
Tomando conhecimento do vídeo, o vice-presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), deputado Rodrigo Delmasso (Republicanos) abriu um processo no Ministério Público Federal (MPF), nesta quarta-feira (17/3), para investigar e responsabilizar o homem. O pedido de apuração contra a suposta prática criminosa de perturbação de menores de 18 anos solicita a retirada imediata do perfil do youtuber das redes sociais.
“É indiscutível que esses vídeos, no mínimo, causam desconforto, medo, terror e possuem mensagens que induzem menores à prática de infração penal, o que configura crime, segundo o nosso ordenamento jurídico penal”, argumenta.
Além disso, Rodrigo Delmasso afirma que o homem deve ser responsabilizado também pelo crime de incitação à prática de furto.
O delegado Dário Taciano de Freitas Júnior afirmou que o conteúdo é impróprio para crianças. Nesse sentido, caso fosse verificado que o indivíduo, publicamente, incita a prática de crime, este poderia ser apenado com detenção, de três a seis meses, conforme artigo 286 do Código Penal.
Após a polêmica o youtuber se manifestou pelas redes sociais. Em uma nota pública, o criador de conteúdos disse que os seus conteúdos são voltados para o público adulto. Ele afirmou que o vídeo em questão não foi direcionado às crianças.
“Ciente que o conteúdo pode ter alcançado esfera que não deveria, me coloco na posição de sensibilidade e me desculpo por quaisquer preocupações e insatisfações que causei, pois não é este o meu objetivo, mas sim o de entreter e levar humor a todos”, disse ele em uma carta publicada nas redes sociais. Leia a nota completa aqui.
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